“Quero misericórdia e não sacrifício” (Mt 9,13).
Ao chamar o publicano Mateus para o seguimento e tomar refeição em sua casa, com a presença de outros cobradores de impostos e pecadores (Mt 9, 9-13), Jesus surpreendeu e provocou a indignação de alguns fariseus: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” (Mt 9,11). O próprio Jesus respondeu, citando o exemplo dos doentes que necessitam de médico para cuidar da saúde. Também fez referência a uma agem do profeta Oséias (Os 6,6): “Quero misericórdia e não sacrifício” (Mt 9 13). “Hesed”, em Oséias, indica solidariedade, amizade, comprometimento, bondade, favor, benevolência e piedade. Quem vive o amor com todas essas indicações, conhece a Deus.
As Sagradas Escrituras não negam os sacrifícios, desde que acompanhados da misericórdia. Deus se agrada com um “coração contrito e humilhado”, e não com sacrifícios rituais e holocaustos (Sl 51 (50), 18-19. Um coração arrependido prepara para o amor e a misericórdia.
Paulo cita a fé de Abraão como caminho de verdadeira justificação (Rm 4,18-25). Ele não vacilou na fé, acreditou nas promessas de Deus e se tornou o nosso modelo.
O ensinamento de Jesus ao chamar Mateus e a cada um de nós para fazer parte de sua família, é que ele nos ama na nossa condição de pecadores e confia em nossa resposta e conversão. A nossa esperança é a redenção de Jesus. Da nossa parte, basta acreditar.
Minhas orações a todos.
Dom Paulo.
