Prefeito e representantes do Executivo não comparecem à reunião organizada pela vereadora Marília Martins.
Na noite de ontem, segunda-feira, dia 3 de fevereiro, o auditório da Uni-FACEF foi palco de um importante encontro organizado pela vereadora Marília Martins (PSOL) para debater o papel do Conselho Municipal de Políticas Culturais na estruturação da primeira Secretaria de Esporte e Cultura de Franca. Até então, a gestão da cultura no município estava sob responsabilidade da Fundação Esporte, Arte e Cultura (FEAC), que está sendo extinta no novo e atual mandato do prefeito Alexandre Ferreira.
A reunião contou com a presença dos vereadores Gilson Pelizaro (PT) e Walker Bombeiro (PL), além de representantes de diversos setoriais do conselho e agentes culturais da cidade. No entanto, chamou a atenção a ausência do prefeito e de qualquer representante de seu gabinete, apesar de terem sido convidados com antecedência. Essa ausência foi interpretada por muitos presentes como um indicativo de desinteresse em dialogar com quem constrói, vivencia e entende de cultura em Franca.
O principal ponto de debate foi a importância da participação do poder público no diálogo com o Conselho Municipal de Cultura para a composição da nova secretaria. O conselho, que tem caráter consultivo e não deliberativo, frequentemente é desconsiderado em decisões estratégicas, o que fragiliza a construção de políticas públicas culturais de forma democrática e participativa.
O presidente do Portal FNT e jornalista Cairo Still, representante titular do setor Imprensa e Comunicação no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Franca, esteve presente e ressaltou a importância da imprensa nesse contexto:
“A comunicação é essencial para dar visibilidade às pautas culturais e garantir que a sociedade civil acompanhe e participe desse processo. É por meio da imprensa que podemos ampliar o alcance das discussões e promover o diálogo entre o poder público e os agentes culturais, que são os verdadeiros protagonistas da cultura local.”
Durante o encontro, reforçou-se a necessidade de o prefeito abrir escuta ao conselho e reconhecer o conhecimento e a experiência dos agentes culturais na tomada de decisões. Afinal, são eles que vivem a realidade cultural da cidade e têm as melhores condições para apontar caminhos para o desenvolvimento do setor.
A reunião, que aconteceu fora da Câmara Municipal devido às reformas no prédio, foi considerada um o importante para fortalecer o papel do conselho e cobrar do Executivo uma postura mais aberta ao diálogo.
Com a criação da Secretaria de Esporte e Cultura, surge a oportunidade de construir uma política cultural mais estruturada e democrática. No entanto, isso só será possível com a efetiva participação dos agentes culturais e uma verdadeira abertura por parte do poder público para ouvi-los e reconhecê-los como parceiros fundamentais nesse processo.
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